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Mais novelas.

por FJV, em 08.12.09

No norte do México há um género de música (vulgarmente, rancheras, mas não são, porque misturam sons puramente texanos com corridos, polcas, rancheras clássicas, etc.) a que, a sul de Mexico DF, se chama a música dos broncos. Os broncos são broncos — há músicos famosos dessa geografia, como Flaco Jiménez (o pai, Santiago Jiménez, era um mago da polca), que tocou com Ry Cooder, Emylou Harris, Bob Dylan, Rolling Stones, Los Lobos, Hank Williams, etc. E há broncos anónimos, que andam em grupo, de terra em terra, numa van podre, com as suas guitarras e o acordeão fatal, da bateria móvel, além das botas tejanas, dos coletes, dos bigodes e dos chapéus à moda de San Antonio. Em Mexico DF gozam com eles: são broncos. Em Portugal, alguns broncos gozam com todos, mas há broncos cuja vida dava mais do que um livro, e não é pelo acordeão. Uma das figuras é o personagem a quem mais me apeteceu bater na história televisiva, tirando a meia dúzia de objectos inclassificáveis. Recordo aquele transporte boçal do miúdo, pelo palco fora, cantando palavrões e rindo muito, imitando Quim Barreiros (o bronco que um dia pode contar muito), encantando a boçalidade nacional com bacalhau quer alho, e tal. Aos dezoito anos, o miúdo Saul continua o bronco que sempre foi e a condição a que provavelmente há-de estar destinado por tragédia; mas esta reportagem, do Expresso, merece uma leitura: com esta idade, o Saul Ricardo do bacalhau quer alho viu os pais fugirem, deixando-o com 14 euros no banco. Histórias que não têm glamour nem dão documentário; mas quem leu Camilo já se sabe do que se trata.

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