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O que os aflige é o tempo que falta. O poder ilude facilmente, é uma espécie de droga, de volúpia, de luxúria. Uma vitamina para a pobre existência de quem quer mudar o mundo a cada minuto, logo de manhã, a qualquer hora. O problema são os bárbaros, os outros, os que não compreendem o esforço nem a gramática (uma espécie de ginástica que saltita entre as grandes frases e as ninharias que se lhes ouve ao telefone), os que duvidam ou não estão para isso. Eles estão sempre para isso, são modernos e sabem manobrar. Há também os que legislam sobre o mundo a toda a hora (trata-se de mudar o mundo a cada minuto, por decreto se possível), apreciam a ASAE que expulsa os piolhos e as marcas de ginja no balcão de zinco e proíbe as velhinhas de fazerem croquetes sem emitir facturas. É um módico de civilização, é isso que é necessário. Fazer tudo em nome dela, da civilização – que há-de ser apressada por medidas estruturantes e estruturais, leis sobre o sexo e o tamanho da maçã reineta.
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