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Temos uma má relação com a polémica. José Saramago disse sobre a Bíblia e as igrejas uma série de coisas previsíveis e houve quem lhe respondesse e ripostasse – nada de mais natural e saudável. É só literatura. Mas houve quem avariasse e tivesse perdido a cabeça de repente: Mário David, eurodeputado e vice-presidente do Parlamento Europeu pediu a Saramago que “fosse consequente” e abdicasse da cidadania portuguesa porque as suas opiniões ofendem Mário David. O dislate não se compreende. Assim, de cada vez que as opiniões de alguém “ofendessem os portugueses”, lá teríamos de lhe pedir para devolver o passaporte. Não. Saramago tem todo o direito de dizer o que disse, mesmo que sejam banalidades. E nós de discutir forte com ele. É isso que nos permite viver uns com os outros, pensando coisas diferentes.
[Na coluna do Correio da Manhã]
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