Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


País de tascas.

por FJV, em 29.12.07
Vejamos: não é demolidor. Neste caso, a ASAE não tem culpa – trata-se de uma lei da vida. Que o país de tascas acabe é uma fatalidade; mas que a aplicação da lei seja cega, surda, muda e imbecil, é outra coisa. Eu preferia deixar «o mercado» actuar em vez de ver os comandos e pelotões da ASAE ir pela província fora encerrar cafezinhos em Figueira de Castelo Rodrigo, Ervedal, Vila do Porto ou Vermoim, a armar em higienistas. Ainda está para se escrever que o futuro pertence à Starbucks.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Não deixem que o Sr. Director-Geral da Saúde se demita. 3

por FJV, em 28.12.07
O leitor António Guimarães deixou nos comentários a este post a recomendação para que director-geral da Saúde reler «o relatório de conforto dos hospitais S.A ., 2004, e actuar sobre as salas de espera das urgências e consultas externas (problema comum aos centros de saúde), sem o mínimo de condições de ventilação, onde uma pessoa pode entrar com uma inocente dor nas costas e sair com uma, ou mais, grave doença de transmissão aérea.» Aí está outro apelo a que o Dr. Francisco George não se demita. O tabaco não é o mais importante.

||| Não deixem que o Sr. Director-Geral da Saúde se demita. 1
||| Não deixem que o Sr. Director-Geral da Saúde se demita. 2
||| Artigo no JN.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Não deixem que o Sr. Director-Geral da Saúde se demita. 2

por FJV, em 27.12.07
Continuo a campanha contra a demissão do sr. director-geral da Saúde. Como já aqui alertei, há coisas mais graves do que a lei do tabaco (reafirmei aqui e convidei o director-geral da Saúde a intervir ou, agora sim, a demitir-se). Agora, vem esta notícia no Expresso: bebidas adulteradas, ou seja, drink spiking para adolescentes. Se o Dr. Francisco George quiser ser coerente, pois que actue e que leve a ASAE consigo. Para alguma coisa hão-de servir.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Adenda.

por FJV, em 25.12.07
Sobre este post («Beluga, telemóveis e capital bancário»), o Tomás Vasques esclarece, e bem: «Segundo os dados da SIBS (de acordo com o Público), nos primeiros 18 dias de Dezembro os portugueses usaram os seus cartões Multibanco para levantar 1388 milhões de euros e para comprar produtos com o valor de 1547 milhões. Estes números, somados, representam um acréscimo de 6,3 por cento face aos mesmos dias do ano anterior. Tendo em conta que a inflação homóloga, em Novembro, se cifrou em 2,8 por cento, regista-se um acréscimo real das aquisições feitas utilizando este método de pagamento de 3,5 por cento.»

Autoria e outros dados (tags, etc)

Beluga, telemóveis e capital bancário.

por FJV, em 23.12.07


Eu digo-te que crise é essa, Eduardo: é a da classe média, que ameça ruir, sujeita ao peso dos impostos, dos salários e dos deveres & obrigações, mesmo antes da queda. Aparentemente, a «carestia» dos produtos acima de mil euros nas lojas gourmet e de telemóveis é o sinal, para o governo, de que as coisas estão melhores do que dizem; mas, na verdade, é o resultado de uma crise mais vasta – em que a classe média, que pensava que ia viver razoavelmente, a beber Gouvyas três ou quatro vezes por ano, se esforçará a partir de agora por explicar aos filhos que «não pode ser», que «não se pode comprar tudo», que «há dificuldades», enquanto essas coisas estão nas prateleiras como sinal de uma inversão de valores. No meio disso, os telemóveis são um luxo imbecil e o Beluga uma excentricidade inexplicável.

Ora, um tipo que fala de inversão de valores é hoje um representante do paleolítico. Passo diante das lojas de telemóveis (para mim, um telefone desses existe para receber chamadas e fazer algumas, tu sabes) e interrogo-me sobre a natureza humana (mas eu devo ser um desses tipos do paleolítico) ao ver preços acima de 300 ou 500 euros numa loja gourmet. Uma pessoa faz contas ao salário mínimo, ao salário médio e ao salário razoável – e esclarece, mesmo sem máquina de calcular, que não pode ser, e que há uma perversidade geral a tomar conta do sistema. Eu não sinto falta do telefone de 1500 euros, mas surpreende-me, como a ti, que se vendam tantos; só pergunto o que essa gente faz com o resto da vida, se querem beber Gouvyas de vez em quando.

António Guterres achava que o país estava bem porque havia telemóveis e férias no Algarve. O país não estava bem; viu-se. Tu perguntas, com ironia, «onde está a crise?», mencionando cem gramas de caviar Beluga a 410 euros cada latinha (bem as vi, ainda a cheirar ao Cáspio). A crise está, precisamente, aí. Vejamos: quanto custa um jantar num «restaurante médio» onde não se confundem os talheres e os guardanapos são apresentáveis? Digamos, 30 a 40 euros em dias de festa. Uma família, digamos, gasta 160 a 200 euros num jantar desses. Um digno homem de uma agência de viagens informa-me, com ar pesaroso, que 40% dos seus clientes «não corporativos» pagam as viagens a crédito – há pessoas que viajam agora a crédito para «os trópicos» e que ainda não liquidaram as viagens do Verão.

O resto é capital bancário. O BCP paga. A Cofidis paga. Alguém há-de não poder pagar. Quase metade do país há-de não pagar. Por isso, a crise é a da classe média, empurrada pela miragem do Beluga a 400 euros e dos telemóveis idiotas a 1500 euros. Que rica imagem, dirá o governo. Que triste imagem, dirá o coro de pessimistas vindos do paleolítico a lembrar que não apenas os almoços não são grátis como, ainda por cima, são de fraca qualidade.

Autoria e outros dados (tags, etc)

Não deixem que o Sr. Director-Geral da Saúde se demita.

por FJV, em 23.12.07
Continuo (e continuarei) a minha saga contra a hipotética demissão do Sr. Director-Geral da Saúde. Ele ameaça ir-se embora caso a lei do tabaco não seja levada à prática. Eu quero que ele se demita caso não consiga impedir que os criminosos dos bares de Santos, do Saldanha e do Bairro Alto continuem a vender shots de álcool puro aos adolescentes de 12, 13 e 14 anos.
Se eu fumar num bar, pago uma multa de centenas de euros; se esses energúmenos continuam a vender, com protecção policial, os shots (a um euro), o pólen e a bolota, a crianças dessa idade, são considerados empresários da noite. O Dr. Francisco George tem aqui outro motivo para pedir a demissão. Ou isto não é um problema de saúde pública?

Autoria e outros dados (tags, etc)


Ligações diretas

Os livros
No Twitter
Quetzal Editores
Crónicas impressas
Blog O Mar em Casablanca


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.