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O cantinho do hooligan. Nunca se sabe.

por FJV, em 19.01.09

No futebol nunca se sabe. Estava no Funchal (abençoado sejas), sentado e a provar as primeiras ostras da temporada, catrapiscando um peixe-espada luzidio e carnudo, e deitando o olho ao FC Porto-Académica. O que vi deixou-me disponível apenas para as alegrias do jantar; vi uma equipa cheia de talentos, sim senhor, mas indisponíveis para o mostrar. Claro que um hooligan quer goleadas, cilindros de compressão, vendavais de génio – e às vezes ignora que o adversário também existe. Mas não sei, não sei, continuo a não saber. Mesmo que às vezes haja a tentação de enterrar cedo de mais quem tem potencialidades para o tetra, acontece que outras tantas sou levado a concordar com os fanáticos do Illiabum. Ou, como diria o rei dos árcades, «o espectáculo se calhar até foi bom, mas não foi visível». Ora, eu queria que fosse visível.

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O cantinho do hooligan. Roteiro de Geografia de Portugal. Ou de como pela boca morre o peixe.

por FJV, em 12.01.09

 

Imagens do concelho e da cidade da Trofa cujo clube local de futebol já não é o último da Liga.

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Originalidade e ressentimento.

por FJV, em 05.01.09

 

Os periódicos não escondem a sua brutal originalidade na escolha dos títulos; mas não escapa a ninguém o despeito ressentido daquele «Porto velho» na capa do meio.

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O cantinho do hooligan. Roteiro de Geografia de Portugal.

por FJV, em 04.01.09

Imagens da progressiva cidade da Trofa cujo clube local de futebol já não é o último da Liga. O campeonato promete, Tomás. Bons conselhos para regressos tardios, Vasco.

 

Adenda: Por recomendação de um leitor (nos comentários deste post), ver o blog de Axel Torres, na Marca.

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O cantinho do hooligan. Ano novo.

por FJV, em 04.01.09

 

E, portanto, o regresso ao primeiro lugar.

 

P.S. - A Sagres escolheu mal, mais uma vez.

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O cantinho do hooligan. Engano da meteorologia.

por FJV, em 23.12.08

 

Depois de quinze anos com o Benfica campeão na pré-época de Agosto, rádio, tv e jornais alteram a meteorologia para festejar condignamente o título mais ambicionado.

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O cantinho do hooligan. Lista metálica.

por FJV, em 18.12.08

 

Cá vos espero amanhã, amiguinhos. Mas sem rancor.

Como dizia um comentador da TSF, citado por um amigo meu, a equipa «tem dificuldade na retaguarda, sobretudo ao nível das diagonais». É de mestre e explica tudo.

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O cantinho do hooligan. Coincidências.

por FJV, em 10.12.08

  

 

No dia da inauguração da televisão lampiã, o FC Porto recebeu e venceu o Arsenal. O Arsénio, desta vez sem rir, fica contente porque vai jogar com os segundos. É uma vantagem. O FC Porto continua com o seu «impressive unbeaten home record against English clubs». Apesar de tudo, parecia que Jesualdo tinha substituído a equipa toda.

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O cantinho do hooligan: balanço e contas.

por FJV, em 02.12.08

É cedo para balanço e contas (nestas duas semanas Quim encaixou 13 golos). Estamos no «campeonato de Inverno» e a imprensa do regime (juntando a Izvestia e o Pravda, ou o Diário da Manhã e o Novidades) já esperava o ovo no lugar da galinha (acontece que isso só se sabe em Maio), o que é uma vantagem sobre outros anos em que o Benfica já era campeão em Agosto.

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O cantinho do hooligan. A Batalha de Alvalade.

por FJV, em 10.11.08

Só às seis e um quarto da manhã, em pleno aeroporto, soube do resultado. Regressar à pátria e pronto.

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O cantinho do hooligan. A Batalha de Kiev.

por FJV, em 05.11.08

 

Tira a camisola, Lucho, tira. A azelhice continua, mas ganhámos a Batalha de Kiev depois de perdermos a batalha Naval. Podes tirar a camisola, Lucho.

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O cantinho do hooligan. Batalha Naval.

por FJV, em 02.11.08

 

Estamos contigo, Jesualdo, estamos contigo. Agora podes ir embora.

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O cantinho do hooligan. Questões gerais.

por FJV, em 27.10.08

Não percebo o ambiente de catástrofe iminente. O campeonato, a falar verdade, não começou inteiramente, cheio de interrupções absurdas – mais ainda as que aí vêm em Dezembro. Mas os meus amigos benfiquistas rejubilam, aceitando por excelente a hipótese de serem campeões de Outubro com um ponto de vantagem sobre o FC Porto. Seja: o FC Porto está a jogar mal. Por dois motivos essenciais (fora os tácticos): não há diálogo entre o treinador e os jogadores; a qualidade estratégica dos novos jogadores é muito inferior às dos que partiram  (Bosingwa, Assunção, Quaresma). Coisas que se arranjam com o tempo, se o projectista insistir – no modelo, no sistema, na estratégia, na táctica, no que for.
Mas, se o FC Porto joga mal (o que não merece discussão), há um aceitável argumento de hooligan para acrescentar: vejam os jogos de ontem em Paços de Ferreira e na Luz. Que rico futebol. De primeira água. De grande categoria – não é?

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Enver Hoxha: as saudades da Albânia.

por FJV, em 17.10.08

 

O empate de Portugal contra a Albânia é o prenúncio de um desastre apetitoso. Estádios ainda novos, claques excitadas, a pátria em chuteiras e calção, a glória recente, os melhores na bola – e isto? Longe da pátria, limito-me a ver as coisas à distância e a longo prazo: vai poupar-se um tanto se a selecção não for à África do Sul e veremos futebol na televisão sem estarmos dependentes dos habituais especialistas em patriotismo de algibeira. Por mim, impedia estes rapazes de ir à África do Sul – basta-nos esta vergonha caseira vivida em Braga. Devíamos esconder o acontecimento, arquivá-lo e considerá-lo coisa arrumada. Quanto aos jogadores, dar-lhes tratamento e moderar aquele apetite pelo estrelato, que faz de nós parvos. Voltemos à televisão para ver futebol estrangeiro.

[Da coluna do Correio da Manhã.]

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O cantinho do hooligan. Foi assim.

por FJV, em 05.10.08

 

Foi assim, e sem saber ler nem escrever. Imagina que começam a jogar mesmo.

 

 

Quanto ao resto, homenagem a Bruno Alves (também podia ser a Nuno Espírito Santo), que tem preenchido o vazio que existia no FC Porto em matéria de bolas paradas. Antes de também lhe ser destinado esse papel, escrevi para o Diário de Notícias um texto sobre ele:

 

«Na economia geral do relvado, Bruno Alves não se distingue pela elegância – que é um traço só permitido a quem não tem de suportar as investidas das hostes para entrar na área. Aí, é necessária a exposição desmedida e brutal, uma brava capacidade de resistir de frente, a malícia dos peões que não temem o confronto com a morte. Bruno Alves é tudo isso, e mais – com o pormenor de olhar para o resto do campo e de saber colocar a bola nos extremos, ou à cabeceira, onde o ponta-de-lança estava prestes a sucumbir. O que são, salvo erro, várias vantagens reunidas; a primeira delas é a de garantir a tranquilidade do espectador (não é o que dizem os adversários, claro); a segunda é a de garantir que, por aquele lado caído para a linha esquerda, ele desenha um passe quase perfeito; a terceira não estava ainda mencionada: o seu golpe de cabeça, por exemplo, sobrevoando os dilectos adversários – os da defesa contrária – até encontrar a marca da baliza, aquela profundidade sem nome. [...] Bruno Alves sabe o significado da expressão «tirar desforra», conhece o doce sabor da pequena maldade, é um guerreiro. Jorge Costa sabia cercar os seus adversários, atraindo-os ao seu campo. Bruno seguiu-lhe o caminho mas é um herói solitário – o seu sorriso é difícil, sofrido, raro. Mas, quando o mostra, vê-se nele a explosão de um poder raro que os psicólogos tiveram de moderar: ele vê o futebol como uma posse, um acto de valentia, uma humilhação do adversário. E então lança-lhe aquele mau-olhado que perdura durante os minutos que ainda há para jogar. É isto Bruno Alves. O nosso.»

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O cantinho do hooligan. É só rir.

por FJV, em 30.09.08

Sim, eu posso ter maus fígados mas, aos 73 minutos, quando aquele mexicano do Arsenal entrou pela área do FC Porto aos toques, eu desatei a rir – só parei quando vi, pela televisão, que Arsène Wenger tinha feito o mesmo e pelas mesmas razões. Estava irritado pela chamada de Lucho, fragilizado e sem ritmo, incluído numa equipa trôpega, sem alma, sem laterais (ia escrever «sem defesa e sem ideias para o ataque» mas pareceu-me muita coisa junta) – só por maldade ou por distracção se poderia exigir o talento de Lucho para organizar uma banda desafinada e sem capacidade de fazer marcações, sem falar do buço do Tomás Costa (um magricela que até não esteve mal na ala direita mas, para todos os efeitos, um jogador que cumpre mandar recolher a um sanatório para engorda e musculação), do desequilíbrio daquele rapaz que veio do Benfica (substituído inutilmente pelo Candeias, que não tem culpa) ou da inutilidade de Benítez (sempre batido por Walcott, que também bateu Bruno Alves limpinho). Quanto a Helton, eu proibía-o de jogar de calças; basta lembrar Krajl, outro guarda-redes de calças compridas – completamente disfuncional – que passou pelo FC Porto como capataz de aviário. E quanto aos semi-golos de Lisandro e de Rodríguez, é justo dizer que não passaram de bolas que não entraram. Quanto a Jesualdo Ferreira, o projectista, não percebo. As coisas são como são.

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O cantinho do hooligan, uma vez sem exemplo, pede desculpa.

por FJV, em 22.09.08

 

Errei profundamente, totalmente. Pus-me a justificar e a analisar entrevistas do projectista, quando devia era ter dito o essencial: jogámos [reparem como o hooligan se coloca dentro do campo] mal. Estar a falar de um penálti não assinalado e de uma bola ao poste (mal chutada, portanto) é de uma mariquice inenarrável. Não foi de propósito, mas quase, para justificar as assobiadelas no jogo contra o Fenerbahçe. O projectista ainda não compreendeu um dado essencial — as bancadas das Antas aplaudiram, de pé, a derrota do FC Porto com o Panathinaikos em Março de 2003 (golo de Olisadebe), tal como assobiaram a vitória do FC Porto com o Fenerbahçe. Podem não conhecer a matemática oculta do génio, mas sabem reconhecer um bom jogo e bom futebol. E é isso.

[E olhem para cima; lá está aquela elegância fatal: Cubillas, Rolando e Pavão.]

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O cantinho do hooligan começou a campanha.

por FJV, em 21.09.08

Adormeci no sofá, diante da televisão. Não sei se foi na primeira ou na segunda parte, porque ambas foram más, mas lembro-me de ver uns rapazes a jogar futebol nas traseiras de uns prédios em Francos. Depois, ao contrário do que disse Jesualdo, a segunda parte não foi de sentido único. A segunda parte não existiu: aquela equipa está mal formada, mal educada e mal instruída, sem laterais nem discernimento para jogar diante da baliza; vendo aqueles repolhos com pernas a arrastar-se pelo campo, percebia-se que nenhum deles sabia que era preciso jogar futebol para ganhar. Mais do que uma equipa banal, foi uma equipa condenada. Depois de este cavalheiro me ter chamado a atenção há tempos, fui reler a entrevista de Jesualdo Ferreira ao Público e percebi o essencial: «Quero dizer às pessoas que quem define os sistemas de jogo do FC Porto é o seu treinador.» Temo que seja esse o problema; ele bem diz que «é muito fácil para quem está de fora e percebe pouco destas coisas analisar a situação sem levar tudo isto em conta» (tudo excertos da entrevista), mas o que se vê é a banalização de uma equipa onde há quatro ou cinco belas peças e um conjunto de trambolhos que deve ter desaprendido a jogar futebol na pré-época. Ao ler que «com menos espaço é mais difícil criar oportunidades» (uma grande tirada) devia ficar descansado, mas não fico. Sinto-me apenas assustado com a tirada. Reparem nisto: «O FC Porto tem o seu sistema-base. E depois tem princípios, tem métodos e tem estratégias que variam necessariamente tendo em vista alcançar determinados rendimentos e resultados. O sistema-base não define o modelo. O modelo é um conjunto de sistema, princípios, métodos e estratégias. O que se pretende atingir cada vez com maior eficácia é que é o modelo. Portanto, o sistema do FC Porto é o 4x3x3, a sua dinâmica nunca indicia o 4x3x3 permanente, os princípios que o FC Porto tem sob o ponto de vista do seu método, quer seja a zona ou o aproveitamento dos espaços, faz-se através de transições rápidas, a definição das áreas de pressão, a capacidade de ritmar o jogo, que já foi mais forte na época passada do que na anterior. Tudo isto faz parte dos processos que o FC Porto utiliza para chegar ao modelo. O problema é que muitas pessoas confundem o modelo com tácticas e com o sistema. E não é tudo a mesma coisa.» Se o treinador da vossa equipa diz uma coisa destas, o que ficariam a pensar? Que a equipa está sem modelo, seja lá o que isso for, e que não tem sistema, se é isso que eu estou a pensar. Eu devia ter percebido logo: quem diz coisas destas é capaz de tudo, e uma delas é perder com o Rio Ave. Mas, vá lá, não conseguiu.

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O cantinho do hooligan. O regresso.

por FJV, em 18.09.08

 

A banda ainda não está afinada, mas tem grandes momentos. O golo de Lucho, precedido de passe atrasado de Rodríguez, é um deles. Outro, entre vários, é o resultado final.

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Interlúdio para publicidade.

por FJV, em 18.09.08

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