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Conversar com o abismo das gerações.

por FJV, em 30.08.16

No mundo de hoje, em que tudo se mede na escala do visível, a memória é cada vez mais curta e depende do espectáculo que provoca. No caso do pequeno universo da edição, convém por isso a ressalva, um editor não é apenas os livros que publica; é também a memória desses livros, a diversidade de livros que permitiu que outros publicassem e, finalmente, a influência que gerou. No caso de Fernando Guedes (1929-2016), nada mais verdadeiro: foi editor (a Editorial Verbo levará para sempre o seu nome, tal como a Enciclopédia Luso-Brasileira da Cultura), ensaísta, poeta, tradutor, diretor de revistas – e um homem fascinante. No mundo de hoje (volto a usar a expressão) talvez ele não tivesse lugar. Conservador, católico, discreto, também um conhecedor dos bastidores do poder e da glória, como da derrota e da dúvida. Conversar com Fernando Guedes era atravessar o abismo das gerações sem ter que abdicar desse abismo; era o que fazia dele esse homem fascinante que reconheceu a passagem do tempo e nunca deixou de o enfrentar à sua maneira. Com a nobreza de um cavalheiro de antigamente. Até domingo passado.

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