De Carlos a 11.06.2006 às 01:17
Podia repetir aqui o comentário que fiz ao seu post sobre as 'virtudes cívicas da leitura' do dia 5. Não deixa de ser irónico que tenham tramado tais coisas ao Peter Handke, precisamente a propósito de um prémio que traz o nome do Heinrich Heine, do judeu Heine - que escreveu na peça Al-Mansur que (repare-se!) quando se começa por queimar livros, acaba-se por vir a queimar pessoas...
Profecia inconsciente da Shoah.
Num sentido, queimam-se agora os livros do Handke. Há sempre gente que não sabe, que esquece que as preferências ideológicas ou políticas de um autor, por mais "erradas" (e não estou certo que o fossem completamente neste caso...), desagradáveis, ou mesmo criminosas que sejam, não alteram nada, nem um átomo que seja, da qualidade do que ele escreve.
O que ele escreve é que importa.