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por FJV, em 10.11.06
||| Filantropia.
O Rui Branco apela a uma solução razoável (acerca de liberalismo e desigualdades sociais, motivado por um texto de Rui Pena Pires) e pergunta «se a filantropia entra no programa de um liberal à moda antiga». Dito assim, não sei. Mas entra, decerto, um capítulo sobre a responsabilidade social da riqueza. Os ricos da minha província, quando eu era adolescente, pagaram do seu bolso bibliotecas, estradas, arquivos biblográficos regionais, colecções de arte pública, etc. Um rico da cidade onde eu era estudante pagou, em regime vitalício, um prémio em dinheiro para os melhores alunos do liceu local (com a democracia, um «conselho directivo» recusou-se a continuar com o prémio e os seus benefícios, porque eram «elitistas» ou, como disse uma professora da época, constituía «um incentivo fascista»), o que me permitiu (a mim e a outros) abrir a primeira conta bancária antes dos 18 anos. O fundo camiliano da biblioteca de V.N. Famalicão é o que é graças a um rico da região que, depois das dificuldades da sua emigração brasileira, não esqueceu que tinha uma dívida social, ou seja lá o que for. Um rico do Minho, que eu conheci, pagou a recuperação de várias obras de arte das igrejas da região ao mesmo tempo que pagou, do seu bolso, dois centros de saúde do concelho. Os ricos dessa altura conservavam pudor, honorabilidade e um discreto sentido de justiça e de humanidade. Mas eu não percebo nada do assunto. Sou só um liberal à moda antiga.

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