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Naquele país extravagante que é a Inglaterra, a nova reforma do ensino primário armada pelo governo local (como se já não tivesse outros problemas) acha que é necessário «ensinar» o Twitter às crianças. Juntamente com isso, a manejar a Wikipedia, suponho que as plataformas de blogs e, não tenho bem a certeza, mas talvez a visita ao YouTube e aos sites de sacanagem. Nada que elas não saibam; trata-se, no fundo, de ensinar-lhes coisas que já são mais do sabidas. De facto, a ideia não deixa de ser absurda, mas convém dizê-lo com clareza porque não há apenas idiotas em Portugal. Além do mais, antes que estoirem os foguetes, relembre-se que estas ideias estão a ser criticadas um pouco por todo o lado.
Ontem, a CP encerrou as linhas do Corgo e do Tâmega sem avisar ninguém. Contava com o silêncio de todos e fê-lo pela calada, desprezando toda a gente. Mas a culpa não é da CP; é, antes, de todos os pacóvios que transformaram o país num tapete de asfalto, bom para a camionagem, para as empresas de obras públicas e para o consumo de gasolina. Em vez de investir em comboios e serviços decentes para passageiros e mercadorias, os sucessivos governos destruiram um património secular e uma parte da nossa geografia cultural – tudo em nome das ‘grandes obras’ e do ‘grande dinheiro’. Hoje há pouco a fazer. Há alcatrão, cimento, camionagem e gasóleo. Tudo caro. Os comboios portugueses inventaram um país, povoaram-no, desenharam a nossa geografia. Era um país mais bonito do que este.
[No Correio da Manhã.]
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