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por FJV, em 02.12.06
||| Assim é fácil, 2.









Escreve Andreu Vallès a propósito do assunto:
«1) Pior do que os erros, é o sentimento de superioridade absurdo de alguns. Há umas semanas li um artigo num jornal local (dos Olivais, salvo erro) onde se invectivava contra quem usa "terramoto" (em vez do correctíssimo "terremoto"), mostrando como tais pessoas sofriam de um incurável defeito moral (o artigo prosseguia demonstrando como Fernando Pessoa era um poeta medíocre por, alegadamente, inventar palavras).
2) Pegar na variedade e no uso para justificar a ignorância é sintoma de preguiça. Mas se quisermos agradar a todos, vamos enredar-nos em discussões infindáveis sobre a forma que nos vão deixar a milhas do conteúdo. Por exemplo, já tive portugueses de pergaminhos linguísticos impecáveis a corrigirem-me de forma totalmente contraditória sobre quando usar "por que" e quando usar "porque". Isto sem ligarem pevas (estarei a fugir à norma?) ao que estava escrito no texto em questão.
3) Ler, ler, ler e descontrair parece-me a solução. E não achar que os outros, por não usarem exactamente as mesmas opções que nós (por exemplo, usar "e" no início de frase), estão necessariamente a falar mal.
Agora um pouco de linguística à la Bakhtin: uma língua é um campo de tensões centrífugas e centrípetas.
P.S. Imagine-se agora isto aplicado a um país onde as variações têm cargas políticas inimagináveis e terão uma ideia do que é falar catalão na Catalunha.»

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por FJV, em 02.12.06
||| Rushdie e Deus.
Acerca do Deus do Mediterrâneo. Relatos aqui e aqui.

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por FJV, em 02.12.06
||| Assim é fácil.
O mail do leitor Luís Varela coloca um problema sobre a língua, a correcção gramatical e a incorporação de novas expressões e léxico. Seria bom que se reflectisse sobre o assunto. Estará certo incorporar expressões como «tu dissestes» ou «tu fizestes» apenas porque elas são escutadas e popularizadas? Nos anos oitenta as faculdades retomaram a «linguística da oralidade» contra a «escrita», o que desvalorizou a ideia de «norma» e a abriu ao «linguajar registado»; ou seja, se se registam expressões como essas, o que nos permite dizer que estão erradas? É uma democracia da barbaridade, mas é necessário discutir o assunto. Outro caso é a expressão «bué», por exemplo, incluída no Dicionário da Academia. Trata-se de um modismo que, aliás, caiu em desuso actualmente; mas a vontade de ser «moderninho» e «actualizado» levou à sua inclusão no Dicionário da Academia. O problema é que um dia destes haverá, nos dicionários, entradas que apenas foram popularizadas pelo Gato Fedorento, que as ridiculariza, ou pela Ana Malhoa, que as utiliza com grande alegria. Assim é fácil.

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por FJV, em 02.12.06
||| A Corte portuguesa no Brasil.
A um ano das comemorações da chegada da Corte portuguesa ao Brasil (1807), Francisco Seixas da Costa, embaixador de Portugal em Brasília, assinala a data num artigo no O Globo. Boa perspectiva e boa antecipação. A discussão sobre o evento dá lugar, geralmente, à maior vaga de culpabilização portuguesa no Brasil. É bom ver que alguém está atento.

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por FJV, em 02.12.06
||| As hipóteses, 2. [TLEBS]








Escreve Luís Varela, por mail:
«Sou professor de Português há 3 décadas. Pelo meio, fui leitor de Portugês em universidades inglesas. Tenho assistido a tudo no nosso país. Às atrocidades a que só faltou dependurar as crianças (do ciclo preparatório de então) das árvores do Chomsky. (Não acredito que ele tenha tido conhecimento do uso que aqui fizeram do seu trabalho!). A tantas, tantas pedagogices modernaças que mais não são que colagens a cuspo e descontextualizadas de coisas experimentadas (mas, hélas, com fundamento lá fora), para aqui transpostas sem pés nem cabeça.
Não me quero alongar. Peço-lhe apenas que veja como gente como Helena Mira Mateus cauciona, em nome da evolução, o uso do "tu fizestes", "tu dissestes", etc. Depois da tlebite, faltava-nos isto. Vem tudo no livrinho que a Caminho publicou com o título Linguística, colecção "O Essencial sobre" (pág.72, secção "Mudanças em Curso"). Tudo em nome, suponho, da "legitimação pelo uso". Pergunto-me, pois, porquê e para quê a norma, a regra, se acabamos por cair nisto. Dizia Camões que "quem não sabe arte não na estima".»

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por FJV, em 02.12.06
||| O cantinho do hooligan. Uma vez sem exemplo.











Para o Luís Carmelo festejar. Mas é uma vez sem exemplo.

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por FJV, em 02.12.06
||| Brasil. Ramificações.
O dossier contra a tucanagem, afinal chegou ao Palácio do Planalto. O Apedeuta vai dizer que não sabia de nada, naturalmente. É a repetição do primeiro mandato: ele não sabia de nada. De certa forma é verdade; ele não sabe nada.

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