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Há, em muitos comentadores, um ar de condescendência quando se trata de falar de Angola. Ou de despeito, quando – além de Angola – surge na conversa a contribuição de Angola para a chamada “vida empresarial”. Portugal, que desde 1834, com poucas exceções, mantém intacta a estrutura da propriedade e das classes (incluindo castas, taras e nomes de família) que, alternadamente, tutelam a política e a economia, descobriu que existem “novos ricos” vindos de África. Mas o despeito, sobretudo, tem via aberta na imprensa quando se trata de Angola. Descobrem-se conspirações internacionais e intercontinentais, embora um mínimo de pudor deseje que o dinheiro fique dentro de fronteiras, independentemente da sua cor. Sobre isso, da cor, há um nadinha de honra perdida nessa reação, nota-se. Em certos casos, de racismo disfarçado ou daquela risível arrogância de candidatos a cavalheiros brancos e europeus, desorientados.
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