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por FJV, em 03.03.06
||| O senhor Ministro.
O senhor Ministro dos Estrangeiros não achou que «fosse necessário, para consumo interno, falar no problema da violência». O senhor Ministro dos Estrangeiros já tinha assinado, lá fora, um documento condenando a violência contra as embaixadas dinamarquesas; portanto, os portugueses mereciam apenas um aviso e um ralhete de Sua Excelência sobre a licenciosidade -- não estava para gastar tinta com o pessoal. Como aqui escrevi, isso foi um mau sinal. O sinal de que o senhor Ministro dos Estrangeiros (de dedo espetado na nossa direcção) lá fora condena a violência, mas que cá dentro se limita a avisar-nos sobre o que ele gostaria de fazer a quem se atrevesse a desenhar cartoons.

O senhor Ministro dos Estrangeiros também insiste que apenas tratou de reparar «as ofensas enormes que tinham sido feitas a toda a comunidade islâmica com a publicação dos cartoons». E que a comunidade de incendiários de bandeiras e de assaltantes de embaixadas tinham respondido com justificada e justa indignação. Ficámos cientes.

{Adenda} Ler o texto de Paulo Gorjão: «Aparentemente, essencial, «para consumo interno», era «lamenta[r] e discorda[r] da publicação de caricaturas de Maomé». Mas, seguindo a mesma lógica, valerá a pena recordar que, se a memória não me falha, o comunicado que Portugal havia votado na véspera fazia também referência negativa às caricaturas?»
Ver a nota de Vasco Pulido Valente. Ver também o comentário no O Insurgente.

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2 comentários

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De Ultraperiférico a 03.03.2006 às 15:47

A questão da violência é de tal gravidade, que as contradições (ou o que quer que seja) do "Senhor Ministro dos Estrangeiros", são irrelevantes. Creio que é preciso não esquecer que no Islão é a PALAVRA, no "Ocidente" é a IMAGEM. É mais que óbvio que o Islão sabe tirar partido da excitação dos jornalistas ocidentais perante a inexpugnável defesa do direito à informação, "em directo do cenário de operações", sejam cartoons, sejam as subsequentes manifestações de rua, sejam os outros "cenários" do costume. A imagem, que tanto nos deslumbra, e eles sabem-no, chega-nos assim "em primeira mão". Sendo assim, falamos de quê? Falamos de liberdade de informação, ou falamos de responsabilidade na informação?

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